Ouvir o Ministro da Agricultura sugerir (ou sequer declarar estar a pensar no assunto) um processo de nacionalização da floresta que está desprezada pelos proprietários seria rídiculo se não fosse dramático.
O Estado é o pior proprietário florestal do país. Em muitas regiões, foi por culpa do Estado – na sua qualidade de proprietário negligente – que os fogos ganharam dimensões consideráveis.
O Estado não limpa os seus terrenos, não os explora e, acima de tudo, não respeita o que obriga os proprietários privados a fazer!
Falo de propriedades que arderam e cujas árvores não são abatidas. Falo da campanha de combate ao nemátodo do pinheiro. Para me bastar de dois exemplos.
O que se passou no perímetro florestal do Bussaco, durante anos e ainda hoje, obrigaria esse Estado-Estado a começar estas nacionalizações por negligência por castigar o Estado-Proprietário que assume, tantas vezes um comportamento perfeitamento criminoso.

[Adenda 13.08.10]«Comportamentos dolosos, e às vezes é difícil encontrar a margem entre negligência e dolo, devem ser punidos»: dixit Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa.
«O comportamento negligente de um proprietário pode pôr em causa a segurança dos bens dos proprietários vizinhos e isso deve estar reflectido também na lei e na capacidade de aquilo que são os interesses públicos e colectivos»: dixit José Sócrates Pinto de Sousa, primeiro-ministro de Portugal.