Eu acho que nenhum politico erra porque quer, nem nenhum responsável governativo ou associativo falha deliberadamente. Os seus erros e as suas falhas prejudicam-no de sobremaneira.
Eu também não acredito que a maior parte dos políticos que estão no Governo ou na presidência das Câmaras o façam por causa “do dinheirinho ao fim do mês!”. Acredito que muitos deputados e vereadores e gestores públicos o façam – porque não dão a cara diretamente -, mas quem tem de dar a cara, não acredito que seja movido a euros.
Os politicos que estão em altos cargos executivos – os que dão a cara – têm (têm de ter) todos uma característica que os distingue das outras pessoas: são ambiciosos. São pessoas que de alguma maneira, num determinado momento, prescindiram da sua privacidade em nome de uma tarefa que consideraram ser importante – envolveram-se na política -, tornaram a sua vida pública.
Estas pessoas são compensadas pelo sucesso, pela fama, pelo reconhecimento dos outros, e vão fazer o melhor, dar o máximo de si mesmas para alimentar esse esforço. Quando as coisas correm mal, correm por um de dois motivos: Ou porque não tiveram capacidade para resolver o problema, ou então tiveram azar (azar no sentido de não poderem ser responsabilizados pela falha).

Eu não acho que José Sócrates tenha tido um mau mandato por não ter dado o melhor de si. Deu, certamente. Não tenho dúvidas disso. Mas o que deu não chegou. E também teve azar. No caso dele aconteceu o pior possível, as coisas correram mal por ambos os motivos. Tudo o que tinha de correr mal, correu mal.

Serviu o país, de acordo com as suas possibilidades. Obrigado. Mas já chega.

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