Irmãos
caríssimos,

Assinalamos
hoje o 157.º do fundador do Movimento Escutista, Robert Baden-Powell, a quem
nós, os 28 milhões de escuteiros de todo o mundo, tratamos por B.-P.. É um dia
de festa, um dia de comemoração para escuteiros e também para as Guias – para
quem hoje é o Dia do Pensamento.

Comemorar
a vida de B.-P. não é apenas celebrar o Homem que idealizou, experimentou,
arriscou e viu ser aplicado e multiplicado um método de felicidade que
transforma vida de pessoas. É, acima de tudo, celebrar uma forma de estar na
vida, uma atitude perante o que poderíamos dizer “o que andamos a fazer no
mundo”. Digamos que a festa é mais bela se nos centrarmos mais no que nós
fazemos com o que B.-P. nos deixou.

Normalmente,
temos a tentação de colocar as pessoas de quem gostamos num pedestal de
perfeição e imortalidade. O próprio B.-P. diria que é um erro! B.-P. foi, ainda
hoje é, um homem muito controverso, que foi um herói da guerra mas criou um
movimento de Paz – a quem o Nobel da Paz não foi dado por mera injustiça
histórica –, que tinha uma visão do mundo e da juventude que muitas vezes
chocava com o conformismo generalizado, ou que analisado aos olhos de hoje pode
ser interpretado de maneira desproporcionada. B.-P. foi um inconformista e é
desse inconformismo que nasce um Movimento – não uma organização – que ainda
hoje cresce e se espalha.

Celebramos
hoje – de maneira muito particular nos núcleos e nos agrupamentos da Região de
Coimbra (nalguns com a homenagem maior, as Promessas e Investiduras) – a vida
de um homem que não teve qualquer pudor em, na última mensagem que dirigiu aos
escuteiros, assumir que passou “uma vida felicíssima”.

Um
homem que até na hora da morte, num momento de grande sabedoria prática, deixa
um desafio simples:“Procurai deixar o
mundo um pouco melhor de que o encontrastes”. Porque uma vida baseada na ideia
de que “o melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade
dos outros” só pode ser uma vida de alegria e paz interior, uma vida em que
sentimos a felicidade de perceber que somos o Sal da Terra.

Procuremos
hoje recordar-nos de todos os chefes, guias e escuteiros que cantaram ao nosso
lado nos fogos de conselho, que acamparam ao nosso lado e que por algum motivo
já não o podem fazer. E saibamos homenagear condignamente “o homem que nos
tocou bem lá no fundo”.

Boa
Caça e Boa Pesca

Lobo
Irmão