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Hoje a manhã foi passada a descobrir um pouco mais da história da ilha. À tarde estivemos a trabalhar no projecto – com a participação portuguesa a marcar pontos em toda a linha, desde a criatividade, à qualidade do vídeo apresentado, à presença notória da marca da escola e do seu espírito, até ao cuidado com os pormenores, com a atenção dada ao receptor da mensagem. EPVL esteve muito bem, com ênfase, também para a postura do Igor.
Mas de manhã, dizia eu, a mensagem foi histórica e muito clara… Numa palavra: Escravatura.
Começámos por ir visitar a propriedade de madame Desbassyns, que até 1843 (quando foi abolida a escravatura) teve ao seu serviço 400 escravos – negros de Moçambique, Zanzibar e Madagascar… Mas também muitos indianos. E que depois disso decaiu até aos dias de hoje… Uma ruína e um museu recuperado recentemente. Para quem se habituou a ver novelas brasileiras de época e leu e viu o Equador… Não há muitas novidades… Igual em todo o lado… Há sítios onde os nativos se recusam a ir por causa dos espíritos dos mortos torturados. Infelizmente e isso custou-me muito, foi saber que os escravos da Reunião eram marcados com um ferro quente com a flor de lis…
A seguir foi fomos visitar uma antiga usina ou engenho de cana de açúcar… A Stela Matutina… O planeta vénus que as 4 da manhã, antes do nascer do sol aparece no hemisfério mesmo em cima da Reunião. Uma fábrica, fechada desde 1978, aberta em 1850, logo depois da abolição da escravatura e dos franceses terem acabado com a plantação de café e obrigado os reunieses a produzir cana de açúcar. Uma fábrica que trabalha com escravos, pôs escravatura… Os engages ( cuja tradução devia ser comprometidos) mas que no fundo eram escravos… Que recebiam salário, mas tinham de pagar a renda e a comida ao patrão. Que podiam regressar a casa se apetecesse ao patrão… No fundo… Escravos.
Encheu- me o orgulho perceber que os primeiros europeus a chegar aqui foram os portugueses. Uma ilha desabitada que interessava pouco e que os fez seguir em frente, para a Índia. Estou a ver se percebo se não será está a Ilha dos Amores do canto IX… Mas não há dúvida que os portugueses são especiais. E isso vê-se na forma como num projeto destes nós somos os conciliadores, o apoio na falha… Os facilitadores quando todos os sentimentos da Europa central se misturam…
E mais não digo…
Até amanhã.
* a foto é a casa de madame Desbassyns. A casa grande.