No dia em que se casam os Duques de Cambridge, Guilherme de Gales (neto da Rainha e segundo na linha de sucessão) e Catarina Midleton (um plebeia), a figura do dia é, na minha opinião, Isabel II, “Rainha do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e de Seus outros Reinos e Territórios, Chefe da Comunidade Britânica das Nações, Defensora da Fé”.
A Rainha Isabel II é, num tempo em que alguns insistem em dizer que as monarquias são anti-democráticas, despesistas e ultrapassadas, a mais velha monarca britânica de todos os tempos (fez na semana passada 85 anos), e o Chefe do Estado que há mais tempo se encontra no poder – na Europa, Américas, África e Oceânia – há 59 anos. Foi a primeira monarca britânica a ter primeiros-ministros que nasceram já durante o seu reinado. Isabel II tem a chefia de um conjunto de Estados com uma população global de 125 milhões de pessoas, em todo o planeta.

A sucessão de Isabel II é dos casos políticos mais interessantes de seguir nos próximos anos. Se a monarquia britânica resiste ou não à sua morte será um caso de estudo na politologia futura – assim como acontecerá, com outros moldes, com a sucessão de Juan Carlos I de Espanha -.

A monarquia espanhola é um fator de união das Espanhas em torno de uma Espanha una e indivisivel. A monarquia britânica tem, também, um caráter agregador, de unificação, mas é acima de tudo uma “empresa” de promoção externa. A familia de Isabel II garante uma publicidade permanente, uma imagem de glamour, estilo e classe do Reino Unido que é fundamental para o país. A imagem que o Mundo tem hoje dos ingleses é um importante cluster para o país. E esta imagem é, acima de tudo trabalhada e promovida pela monarquia.

1.000.000 (um milhão) pessoas encheram as ruas do centro de Londres para ver passar os noivos entre Westminster e Buckingham.
2.000.000.000.000 (dois biliões) de pessoas assistiram ao casamento pela televisão (em Portugal os 3 canais generalistas emitiram em direto, com enviados especiais em Londres)
400.000.000 (quatrocentos milhões) seguiram o casamento no Youtube, e o site da BBC não aguentou tanta afluência. Bateram-se os recordes de acompanhamento de um evento através da internet.
23.000.000 de euros (vinte e três milhões de euros) terá sido o custo do casamento.
As receitas, no entanto, com os direitos televisivos, a venda de souvenirs e a romaria de turistas ainda permitiram lucros para a economia britânica, especialmente para o pequeno comércio – contrariamente ao que diziam alguns estudos prévios.

Que empresa mundial permite este tipo de proveitos e impacto?
Isabel II é a presidente do Conselho de Administração…

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