44. Acho que foi para aí em 2000 que fui com o meu irmão Diogo dar uma volta por Espanha. Fomos fazer um interrail ibérico e que terminou com um toque de retirada assim que começaram a estalar bombas etarras em Madrid.
Antes de Madrid estivemos em Barcelona, instalados numa pousada da juventude fantástica Mare De Deu De Montserratt que, em frente, tinha uma loja de comida feita. Era uma loja minúscula que servia, em embalagens de metal, comida fria, ao estilo das lojinhas do Corte Inglês.
Como estivemos em Barcelona vários dias, fomos a essa loja várias vezes. Para aí à segunda vez, o senhor da loja, um fulano forte de cabelo branco perguntou-nos de onde éramos.
Quando lhe dissemos que éramos portugueses ele respondeu, num castelhano acatalunhado: – Ah! Portugal, se não fossemos nós seriam espanhóis.
Eu senti-me ofendido (o meu irmão é um fervoroso iberista anti-madrid), e disse-lhe que devia estar enganado.
Voltou a insistir e acrescentou: Os espanhóis estavam ocupados a tentar por fim à revolta aqui na Catalunha, vocês aproveitaram-se e fizeram a revolta da independência nessa altura. Os catalães ajudaram-vos com meios humanos, porque também estavam interessados em baralhar os espanhóis.
Não saí muito convencido, mas não nego que fiquei contente em haver alguma intimidade entre portugueses e catalães.
Chegando a Portugal pude confirmar a história que o velhote tinha contado.
Agradecidos? Talvez solidários… apesar de tudo ajudaram-nos mas não se livraram dos espanhóis!

Na sexta-feira foi feriado… não consegui escrever isto…
Foi dia da Restauração da Independência! O Cavaco não fez discurso? Fez mal! Discursou no 25 de Abril, no 10 de Junho, no 5 de Outubro, mas não discursa no 1.º Dezembro?

Foi há 366 anos…

Que “os Conjurados, um grupo nacionalista português nascido clandestinamente durante o domínio dos espanhois sobre Portugal (ver dinastia Filipina), constituído por quarenta homens, na sua maioria da nobreza portuguesa cujo objectivo era o de destituir os Filipes e proclamar um rei português. Aquele que ficou reconhecido como tendo sido o grande impulsionador da conspiração foi João Pinto Ribeiro. A 1 de Dezembro de 1640, os Conjurados invadiram o palácio da Duquesa de Mântua, (vice-rainha e representante de Filipe III em Portugal) atiraram Miguel de Vasconcelos (seu secretário) pela janela causando-lhe a morte, e proclamaram rei D. João IV, aos gritos de “Liberdade”. O povo acorreu logo a apoiar a revolução e, assim, D. Filipe III, IV de Espanha, que se encontrava já a braços com uma revolução na Catalunha (A guerra dos Segadores), não teve como retomar o poder em Portugal”. in Wikipédia

Adenda (04.12.06 – 12h) – Soube entretanto, pelo Expresso, que Diogo Vaz Guedes, um dos promotores do Compromisso Portugal, e vice-presidente da Sacyr/Vallehermoso, numa entrevista ao Diario Económico, afirmou: “Quando falo em Portugal, falo em Ibéria. Portugal já não existe!”
Quem vota na defenestração?