As Viagens

Antes seja afastado do que já alcancei que o seja daquilo para que vou.
A posse é um declínio.
Antes um pássaro a voar que dois na mão.
Dois pássaros na mão são o que já não falta.
Um pássaro a voar: é ir com os olhos a voar com ele; ir sobre os montes, sobre os rios, sobre os mares; dar a volta ao mundo e continuar; é ter um motivo de viver — é não ter chegado ainda.

Branquinho da Fonseca

Um poema de um mortaguense, das Laceiras – na freguesia de Pala – na terra das quedas de água lá no alto, em dia de poesia por aqui. Um poema de certezas e de esperanças num dia em que, na pele, vivenciei a solidariedade, a maneira de ser tão especial e tão nobre dos mortaguenses.

Apesar de vermos todos os mesmos programas de televisão, de vivermos a poucos quilómetros de distância, a verdade é que para territórios diferentes há maneiras de ser e de estar diferentes também. As pessoas da Mealhada não são iguais às da Pampilhosa ou às do Luso. E as do Luso não são iguais às de Mortágua, etc, etc, etc.

E as pessoas de Mortágua são especiais. São afáveis, são simpáticas, são solidárias mesmo com quem – como eu – não é de lá. São pessoas capazes de ajudar, com humildade e espírito altruísta.

Gosto muito do meu concelho, gosto muito de Medelim e do concelho de Idanha-a-Nova. Mas tenho o concelho de Mortágua como uma terra de gente muito especial e fantástica.