Já afirmei que a Justiça foi o maior fracasso de Portugal depois do vinte e cinco de Abril. No entanto, estou cada dia mais convencido que a Educação deve ser encarada como a nossa maior frustração. Foi a área em que mais investimos, em que mais energias dispendemos e, infelizmente é a lacuna que nos põe em causa enquanto Estado-Nação.
Esta situação dos agrupamentos fundidos um ano depois de ter sido decretada a eleição de directores a par de outras medidas que, se bem pensadas tornam a escola ideal para os pais na escola surreal para os filhos está a embrutecer as nossas crianças e os nossos jovens e a torná-los seres deprimidos, frustrados, infelizes, amorfos e flácidos.
Por um lado tomamos medidas para aumentar a exigência, por outro facilitamos. Por um lado tornamos a escola mais agradável com outras condições logisticas, por outro tornamo-la insuportável limitando as crianças a lugares confinados.

É preciso tomar uma opção drástica e essencial sobre o que queremos para os nossos jovens. Que Capacidades, Competências e Atitudes queremos que tenham em cada momento da sua vida escolar. Que definamos o tipo de escolas para cada tipo de formação (tecnológica, profissional, para prosseguimento de estudo, etc.).

Eu acredito que no principio de 2011 o Governo de Portugal tenha mudado. Espero que esse Governo defina, gerando consenso alargado no Parlamento, o que quer Portugal para a Educação Nacional na próxima década. Se não tiver mudado o Governo, ou se o novo Governo não tiver maioria absoluta no Parlamento, é essencial que se faça um Pacto de Regime (com partidos, Presidente da República, Conselho de Estado, Parceiros Sociais, Pais, Funcionários e Estudantes)nesse sentido. E que fique estabelecido que até 2020, seja qual for o partido a formar Governo vai prosseguir o conjunto de medidas e objectivos estabelecidos nesse Pacto.