Don Mariano Rajoy será o próximo Presidente do Governo de Espanha. Líder dos conservadores – o Partido Popular – Rajoy sucede a José Luiz Rodrigues Zapatero – ZP – o líder do PSOE que interrompeu a sua entrada na Moncloa a 14 de Março de 2004, como mais uma vitima dos atentados de Atocha que não eram da ETA – como dizia Aznar – mas da Al-Qaeda.

Mariano Rajoy é galego – português do norte. Nasceu junto a uma das mais belas praças de Santiago de Compostela, a do Toural e começou a sua carreira política aos 26 anos, no Parlamento Galego, pela mão de Manuel Fraga Iribarne – o antigo ministro da Informação e do Turismo de Franco, fundador da Aliança Popular (predecessora do PP), e presidente da Xunta durante 15 anos, abandonou o cargo quando, aos 82 anos perdeu a maioria absoluta por um deputado. Aos 26 anos, Fraga obrigou Rajoy a arranjar mulher e a falar galego. E o percurso do próximo “Presidente do Gobierno” nunca mais parou. Foi autarca em Pontevedra e entrou para o Governo de Aznar em 1996, como ministro da Administração Pública. Em 2000 já era vice-presidente do Goberno de José Maria Aznar (outro prodigio espanhol) e em 2001 assumiu a pasta de ministro do Interior e a ele lhe coube travar o combate com a ETA. O combate à ETA nesta altura era chamado de terrorismo de Estado. Foi com Rajoy que a ETA assume a escalada de violência de 2001 e 2002, com alguns assassinatos políticos e é com Rajoy que Baltazar Garzon entra no palco do combate jurisdicional aos terroristas.

Em setembro de 2003, Mariano Rajoy torna-se presidente do PP e candidato a primeiro-ministro nas eleições de 14 de Março de 2004.

Apesar de ser o sucessor de um Governo que fora empossado há 8 anos, que fizera a Espanha entrar na Guerra do Iraque, a verdade é que todas as sondagens indicavam, a 10 de março de 2004, que Rajoy ia ser o sucessor de Aznar na Moncloa. Mas os atentados de Atocha, a 11 de março puseram tudo a perder.

Angel Acébes, o ministro do Interior de Aznar e sucessor de Rajoy, imediatamente acusou a ETA da autoria dos atentados e em poucas horas saía desmentido. Afinal a Al-Qaeda chegara a Espanha, vingara-se da entrada do país na Guerra no Afeganistão e no Iraque e punha a estratégia diplomática dos populares nas ruas da amargura.

Num país que chorava, ainda, 191 mortos e 1858 feridos, os espanhois escolheram ZP para governar a Espanha.

E talvez aqui tenha começado a mais importante faceta da vida de Rajoy. Depois de perder as eleições de 2004, Mariano Rajoy continua como presidente do PP e líder da oposição no Congresso dos Deputados. Volta a candidatar-se a presidente do Governo em 2008 e volta a perder, e mesmo assim mantém-se na liderança do partido. Foi vitima de golpes palacianos – o mais duro deles em 2008, pela mão de Acebes que já o tinha tramado em 2004 – e mesmo assim manteve-se na liderança do PP.

Mariano Rajoy já teve dois acidentes graves. Em dezembro de 2005 voava num helicoptero que caiu em Móstoles. Diz-se que usa barba para não se notarem as cicatrizes. É, portanto, um resistente.

Ontem, conseguiu o melhor resultado de sempre da história do Partido Popular espanhol. Elegeu 186 deputados no Congresso – mais um do que Aznar nos tempos aureos – e uma maioria absoluta e inequivoca.

Rajoy será o sexto presidente do Governo da Espanha Democrática – e o segundo conservador.

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