Hoje escrevi o meu último Editorial, para a edição de amanhã do Jornal da Mealhada – a última que assinarei como diretor.  Ao longo de, aproximadamente, 2890 dias, dirigi a publicação que tinha dezanove anos quando assumi a sua direção editorial e deixo, agora, com 27 anos. Ao longo deste tempo procurei sempre dar ao jornal uma assinatura, sem com isso querer fazer do jornal um aeropago das ideias de quem o dirige. Contrariamente ao que acontece com a maior parte dos jornais regionais, procurei que o Jornal da Mealhada tivesse, sempre, Editorial. Só no último ano, em 2011, é que fui menos profícuo na produção de editoriais semanais, sem ser repetitivo. Provavelmente, um dos sinais visiveis do meu cansaço poderá consubstanciar-se neste facto, que é, para mim, uma falha.
Nos primeiros tempos, em 2005 e até fevereiro de 2007, eu escrevia os editoriais e dava a lê-los ao Padre Abílio Simões, que o discutia comigo o seu conteúdo e clareza. Mais tarde, depois do falecimento deste, fui ajudado na mesma tarefa – com menos discussão, no entanto, pelo professor Manuel Santos. Depois da descoberta da doença do professor Santos, passei a fazer esse trabalho sozinho, sem rede.
O editorial não deve ser sentido como um texto de opinião do autor. Isso seria, tão só, uma mera opinião. Também não pode ser uma posição oficial da redacção, pois isso obrigaria a uma tomada de posição unanime ou pelo menos generalizada. Ou seja, trata-se de uma peça redactorial importante que não pode ser banalizada nem comprometer demasiado. Acho que consegui, na maior parte das vezes.

Hoje foi o ultimo. procurei não ser demasiado lamechas, mas não perder a sensibilidade de uma despedida de 8 anos…

A ver vamos.