Quando aparece uma vedeta aparentemente impoluta logo há uma carrada de ratazanas à procura de um deslize para a crucificar… É isso que se está a passar com o Papa Francisco. O homem tem tantos fãs que tudo serve para procurar descredibilizar a sua aura.

É por isso que o texto de Bárbara Reis, a diretora do jornal Público, “Liberdade: Oito razões contra o Papa”, é especialmente infeliz.

O texto de Barbara Reis parece estar relacionado com as declarações do Papa Francisco depois do massacre do Charlie Hebdo e no regresso de Manila sobre o planeamento familiar de alguns católicos. Ou como diz a jornalista: “A frase sobre os limites da liberdade de expressão e a frase dos coelhos”. Diz a jornalista, sobre “os limites da Liberdade de Expressão” que “o Papa não tem razão”. Mas afinal o que disse o Papa?”Não se pode provocar, não se pode insultar a fé dos outros. Não se pode ridicularizar a religião dos outros”, afirmou o Papa Francisco. E disse mais: “Se um grande amigo, ofender a minha mãe, deve estar preparado para levar um soco. É normal. “Lidas literalmente e fora do contexto as palavras do do Papa até parecem justificar a violência que os extremistas usaram no ataque ao jornal satírico. Mas o problema é que Papa não disse só isto. Disse também que “A liberdade religiosa e a liberdade de expressão são ambos direitos fundamentais”. E que “Não se pode matar em nome de Deus. Matar em nome de Deus é uma aberração.” E acrescentou: “Temos a obrigação de dizer a verdade abertamente, mas sem ofendermos.”Pode um líder religioso dizer outra coisa que não seja: “Há um limite. Todas as religiões que respeitam a vida e a pessoa humana têm dignidade. E eu não posso brincar com ela. É um limite.”O Papa é um líder religioso que até tem conhecimento que milhares de cristãos estão a ser assassinados na Síria por islamitas pelo facto de serem cristãos. A ofensa não é apenas dos ocidentais contra os muçulmanos. É também dos radicais islamitas contra os cristãos e essa é a mensagem central do Papa. Porque o Papa é um líder religioso e não apenas um comum mortal que pode falar na defesa dos direitos à liberdade de expressão dos ocidentais, mas não pode esquecer ou minimizar a liberdade de culto e de fé e à religião dos cristãos que estão a ser aniquilados no Médio Oriente. E quem não perceber isto, não pode perceber nada.Diz a Barbara Reis que “É impossível definir limites” à liberdade. Que o Papa apelou à censura. Que o que o “Papa propõe é inútil”. E ainda – pasme-se – que “O Papa não tem razão porque a religião não merece ter qualquer protecção especial, nem em relação ao humor nem à liberdade de expressão”. E por aí adiante…O Papa também viu estas capas do Charlie Hebdo, mas, segundo a Barbara Reis, não tem direito à indignação.

Outras das frases polémicas do Papa Francisco parece ser que “os bons católicos não devem procriar como coelhos”. A frase vem na sequência da pergunta de um jornalista sobre o que diria o Papa a uma família católica que tem mais filhos do que economicamente lhe é possível, “mas a quem a Igreja proibe de fazer contracepção”. A pergunta foi feita no avião que levava o Papa para as Filipinas, onde o Papa foi confrontado com a realidade de milhares de crianças abandonadas nas ruas por pais que não as conseguem sustentar.O Papa é o líder de uma religião que é acusada de proibir a contracepção. O que é mentira, porque o preservativo e a pilula e os métodos de contracepção natural não estão vedados aos católicos. Mas o Papa é acusado disso. Mas se diz que os católicos devem fazer planeamento familiar e usar contraceptivos, também é acusado de dizer asneiras. Decidam-se…