α
81
– O Padre José Almeida Gonçalves completou hoje 81 anos. O pároco da Mealhada, da Vacariça e de Casal Comba, desde 7 de outubro de 2007, é um homem fiel. Fidelidade é uma, se não a mais elogiosa das características que se pode atribuir a um clérigo. Essa fidelidade faz dele um homem resistente. Uma fidelidade ao sentido de obediência, que foi um dos seus votos, ao legado que apreendeu de uma Igreja antes do concílio e depois do concílio. Uma fidelidade que o fez, sempre, uma pessoa de confiança, ‘trustful‘, como dizem os ingleses, que é mais do que confiável, é digno de confiança. Numa primeira fase da sua vida como padre, chegou a ser o preceptor dos seminaristas. Pároco, cura, assume o legado do pastor, com rebanho, com fidelidade. Fiel ao caminho, à santidade e santificação pelo trabalho como caminho ao alcance de todos, mas reservado aos verdadeiramente fieis.
É essa fidelidade que o faz aceitar com dedicação, aos 81 anos, a missão de ser pároco não de uma – como seria normal -, nem de duas – como seria tolerável -, mas de três paróquias, uma delas uma sede de concelho e cabeça de arciprestado. Um professor pode reformar-se aos 60 anos, no máximo aos 65 anos. Um político pode até reformar-se aos 42 anos. Um bispo pode resignar aos 75 anos, e nenhum se coíbe de o fazer. Mas um padre tem de aguentar as suas responsabilidades até ao fim. Neste caso já vai nos 81 anos, e mantém-se fiel.
O Padre José Gonçalves é um homem honesto, e fiel, leal. Fiel ao seu tempo, ao nosso tempo, à sua concepção do mundo. Não é fácil compreender esta concepção, mas é digna do nosso maior respeito.
Obrigado Senhor Padre Zé. E parabéns!β
ENTRE A LISTA VIP E A PIDE?
– Confesso que prefiro viver num país onde os funcionários das finanças não ganham dinheiro dos jornalistas para fazerem printscreens do sistema a que têm acesso com os valores e os pormenores da situação contributiva de figuras mediáticas (porque dos outros ninguém lhes dá dinheiro).
Confesso que prefiro viver num país onde os funcionários das finanças não ganham dinheiro dos advogados para fazerem printscreens do sistema a que têm acesso com os valores e os pormenores da situação contributiva e bens de clientes ou de pessoas a quem esses advogados querem lançar penhoras ou coisas do tipo.
Confesso que prefiro viver num país onde os funcionários das finanças não ganham dinheiro de ninguém para fazerem printscreens do sistema a que têm acesso com os valores e os pormenores da situação contributiva de outras pessoas, para satisfazer a curiosidade ou alguma maldade para um amigalhaço.
Sinto-me mais seguro num país onde há informação que não está à disposição de qualquer espécie de sacerdote.
Já agora, concordo com a Helena Matos.

γ
DÍVIDAS 
– Há um sentimento mais ou menos generalizado de que a Alemanha deve dinheiro à Grécia por causa da II Guerra Mundial e da indemnização que devia ter sido paga e não foi… Mas por essa ordem de ideias, não será legitimo pedir ao Reino Unido que pague o que deve aos gregos pelo que lhes roubou de arte que transferiu de Atenas para o Museu Britânico? E já que estamos a falar de históricas dividas será que teremos de devolver o ouro ao Brasil? Ou será que devemos esperar que os espanhois nos paguem por terem ficado com Ceuta em 1640 quando deviam ter devolvido o que era de Portugal e ficaram com a cidade do lado de lá do estreito?
Dívidas são dívidas, ou não?