33. Felizmente só soube que Santana Lopes tinha dado uma entrevista à RTP quando ela já tinha acabado. Foi pena, porque daria ao meu acto de assitir à de Cavaco um carácter político e de protesto, uma vez que me recusaria a ver o espectáculo de, tal como Carrilho há meia dúzia de meses, ver um polítco justificar-se com os outros.

Desiludi-me um bocadito com a entrevista do Presidente da República. Acho que não precisava de se colocar no papel de tutor do governo. Não se estranhe, aliás Louçã está fazê-lo, que se passe a contestar não só Sócrates e mas também Cavaco. E se é natural contestar o primeiro-ministro, não é nada aconselhável que se passe a criticar dois órgãos de soberania, porque isso passa a ser contestar o regime.
Cavaco é uma pessoa extraordinariamente inteligente e não dá ponto sem nó. Acredito que esta sua posição tenha um alcance que eu não (ainda) não compreendo!

Quanto a Santana, padeço do mal de nunca ter sido um santanista. Sempre olhei para o homem como um demagogo profissional. Não poderia solidarizar-me (nem tão pouco compreender) a indigitação dele para primeiro-ministro. Há quem diga que o problema do seu governo não era ele mas os seus ministros. Mas não foi ele que formou o governo? Falhar desta maneira, um homem que toda a vida quis ser o máximo que podia na política, que estava na Figueira e queria ir para Lisboa, de Lisboa directo para Belém? Estampar-se em São Bento, ?
As alianças, as atitudes foi ele que as tomou. Não se pode andar toda a vida a apoiar que alguma comunicação social lhe entrar na vida intima para o aproximar dos portugueses e depois fechar a porta e fingir que não se conhece…
Sampaio foi mais prejudicial para o país, do que se pensa (o caso da demissão de Guterres ainda não está explicado), mas é pena que com esta contribuição de Santana se absolva o réu pela falta de mérito do acusador.