Os DEOLINDA deram espetáculos nos Coliseus. No Coliseu no Porto, a 22 de janeiro, alguém se lembrou de gravar a música que o grupo normalmente apresenta como ‘bonus track’! “Que Parva Que Eu Sou”.
Os DEOLINDA, toda a gente sabe, são um grupo extraordinário – uma força da natureza -, de uma portugalidade que faz emocionar qualquer lusitano! Depois de ‘Movimento Perpétuo Associativo’ – no primeiro albúm, que carateriza tão bem o cidadão português -, depois do ‘Fado Notário’ – sobre o casamento gay -, depois ‘Garçonete Da Casa De Fado’ – sobre a emigração de brasileiros -, e depois do ‘A Problemática Colocação de Mastro’ – sobre o mastro milionário de Paredes para comemorar o centenário da República – chegou agora este tema que bem pode passar a ser um hino a uma geração de portugueses dos 25 aos 35 anos, onde me incluo!
Uma música extraordinária, pela sagacidade de portugueses especiais!
O som é clandestino… será melhor acompanhar com a leitura da letra (em baixo).

Que parva que eu sou

Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração “casinha dos pais”
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração “vou queixar-me pra quê?”
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração “eu já não posso mais!”
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
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