Ontem fomos ao cinema. Vimos o 23.º filme da saga James Bond, ainda com Daniel Craig, “Skyfall”.  Somos fãs da saga de Ian Flemming… e talvez por isso custe um pouco mais entusiasmarmo-nos com um destes filmes. Este filme de Sam Mendes não comprometeu. Gostámos.
O enredo não é original… a morte de Bond já está mais que gasta… aliás o próprio personagem reconhece que o seu hobby é ressuscitar… a vingança do espião traído já tem barbas… mas enfim… Gostamos de filmes Bond em que se desvenda alguma coisa do passado do espião mais clássico do cinema.

O filme (e a noite), para além da companhia, valeu por dois pormenores interessantes.

O da conversa entre o novo Q e James Bond sobre eficiência e inovação, e o da citação de M do poeta Alfred Tennyson.

«Though much is taken, much abides; and though
We are not now that strength which in old days
Moved earth and heaven; that which we are, we are;
One equal temper of heroic hearts,
Made weak by time and fate, but strong in will
To strive, to seek, to find, and not to yield.»
                                         Lord Alfred Tennyson, Ullisses

Tradução livre:
«Apesar muito ter sido tomado, muito permanece e, embora
Não sejamos agora aquela força que nos velhos tempos
Movia a terra e o céu; Nós somos, o que nós somos;
Um temperamento igual de corações heróicos,
Enfraquecidos pelo tempo e pelo destino, mas fortes na vontade
Para lutar, buscar, encontrar, e não se render.»

A diretora do MI6, Judi Dench, em M, personagem central deste filme, narrava assim a espionagem da modernidade e a história da necessidade de combate do inimigo desconhecido. O inimigo sem rosto, que hoje se disfarça de protector…

Muito interessante, se obrigar à reflexão.
Aguarda-se novo Bond… 50 anos depois do primeiro, com o inesquecível Sean Connery – que bem podia ser convidado para ser M.