As tradições, os dizeres, as superstições nascem de episódios da vida colectiva que acabam por ser lembrados de maneira quase perpétua, a ponto de deixar de se lembrar onde está a sua origem. A superstição da Sexta-feira 13, como dia de azar, de infelicidade, do mal-desenfreado-na-rua, tem 708 anos… e na passada sexta-feira ganhou novo significado.

O nascimento da Sexta-feira 13 como dia de Azar, dá-se com o assassinato de centenas de cavaleiros templários, e a prisão do seu grão-mestre Tiago de Molay – ou Jacques de Molay (se preferirem sem tradução) – em 13 de outubro de 1307, quando às ordens de Filipe IV, o Belo – Rei de França – e com o beneplácito do Papa Clemente V, no “pergaminho de Chinnon” – são chacinados e confiscados todos os seus bens – nomeadamente os créditos que tinham onde o Belo era devedor…

Mas para as calendas ficará nova efeméride, certamente, a da sexta-feira 13 de novembro de 2015, em que centena e meia de homens e mulheres foram chacinados às mãos de radicais dos DAESH ou EI… ou o que lhe quiserem chamar…

Incompreensível, no entanto, tudo o que há em comum, tudo o que a civilização NÃO EVOLUIU: E não resisto a, aproveitando a recordação de José Adelino Maltez, no seu facebook, citar Fernando Pessoa: “Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, Grão-Mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos – a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.”

13 de outubro de 1307, 13 de novembro de 2015, os meus inimigos, a mesma necessidade de mártires, a mesma necessidade de resistência, de resiliência, a mesma carência de persistência: Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.

IGNORÂNCIA, FANATISMO E TIRANIA não passarão!

IGUALDADE, LIBERDADE E FRATERNIDADE sempre!