presidenciaveis

A presente campanha eleitoral para as Presidenciais de 24 de janeiro está a constituir-se, pelo menos para mim, como um extraordinário incentivo para eu, de uma vez por todas, me assumir como monárquico. Aliás, não fosse o facto – combinado – de eu acreditar piamente no principio da Igualdade entre todos os cidadãos e de em termos genealógicos ser descendente de gente pobre há dez gerações, e já teria ‘saído do armário’ de uma vez por todas.

Nunca tivemos tantos candidatos a Belém. E nunca – desde que me lembro – me senti tão desmobilizado numa campanha eleitoral. Nunca tivemos tantos candidatos a Chefe do Estado. E nunca o debate foi tão pobre, tão desprovido de estímulos, tão maçador e tão pouco democrático. Nunca tivemos tantos candidatos a Supremo garante da Constituição e da República. E nunca havia sido tão notório o facto de quase todos os candidatos falarem como se fosse candidatos a Chefes do Governo mostrando um total desconhecimento do Papel para que se candidatam… Provavelmente porque o papel é nenhum… mas sobre isso falaremos mais tarde.

Esta campanha está a demonstrar-se de uma infelicidade pasmosa e só me faz lembrar aqueles seis personagens  do filme ‘Divertida Mente’…

divertida-mente_2015_02

E passo a explicar, procurando ser o mais sintético possível.

JOY_ALEGRIA

O Professor Marcelo faz-me lembrar a ‘Alegria’. Estupidamente alegre, estupidamente motivado, de marmita em punho, quase sempre sozinho, sem entourage, disse ao jornal Público que o seu principal objectivo é “desdramatizar”. Quer ser o presidente dos Afectos, da alegria, e já chateia com esse discurso motivacional de encomenda e quase instantâneo.

SADNESS_TRISTEZA

A Dr.ª Maria de Belém faz-me lembrar o personagem ‘Tristeza’. Baixinha, de olhos abertos atrás dos óculos imensos, muito cabelo e o cepo das marradas de todos os outros candidatos. Não há candidato nenhum que não procure torturar a senhora por tudo e por nada. Porque foi ministra, porque ganhou dinheiro, por isto e mais aquilo. Ela bem se esforça, mas parece estar sempre a chorar e é tão dificil imaginá-la a comandar as Forças Armadas como a ver o professor Marcelo a guardar o ‘segredo de Estado’.

ANGER_RAIVAO Dr. Paulo Morais, o Dr. Henrique Neto e o Dr. Edgar Silva fazem-me lembrar o personagem ‘Raiva’. Parece que até espumam da boca cada vez que têm alguma coisa para dizer e não raras vezes vejo mesmo o cabelo a pegar fogo… Dizem tudo com agressividade, com nervos, como se estivessem para atacar furiosamente quem lhe aparecer à frente.

DISGUST_NOJINHO

A Dr.ª Marisa Matias e o Professor Jorge Sequeira fazem-me lembrar a ‘Nojinho’. Falam com uma arrogância que até parece que ‘esverdeiam’… Apresentam-se como uma espécie de sabedores de tudo, de especialistas de assuntos gerais e a feminilidade do professor, contrastando com a masculinidade da eurodeputada parecem ser a face de uma mesma moeda.
FEAR_MEDO

Cada vez que vejo o Professor Sampaio da Nóvoa na televisão, ou nos cartazes, vêm-me à ideia um outro personagem, um daqueles lemures do Madagascar, com os olhos muito grandes. Mas o ‘Medo’ do Divertida Mente parece ser perfeito para alguém que nos fala como se fosse uma vitima. Alguém que tenta ser forte, mas que parece que pode desabafar em choro logo no momento a seguir. Alguém que parece ter a força de um coelhinho da Disney… ou de um lemur do Madagascar.
Bingbong  O Dr. Cândido Ferreira e o Sr. Vitorino Silva não podem deixar de ser o ‘Bing Bong’, o amigo imaginário da Mente do personagem principal do filme. Era bonito que pudessem ser levados a sério… mas não podem. São amigos imaginários, que nos divertem quando nos sentimos mais tristes ou isolados… mas não existem…

Não se pense que vou deixar de votar… e já sei até em que personagem… mas não se pense que o faço motivado… faço apenas porque me sinto obrigado a isso!