Uma pessoa que seja apanhada com droga (mais do que a dose permitida por lei) pela GNR é encaminhada para o Centro de Respostas Integradas, da Consulta de Comportamentos Aditivos e Dependências de Aveiro. Mas se o caso de dependência for percepcionado pelo Centro de Saúde já é encaminhado para Coimbra. A GNR obedece ao comando territorial de Anadia e está integrado no distrito de Aveiro, o Centro de Saúde obedece ao Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo-Mondego e segue para Coimbra. O organismo em Aveiro acha que tem todos os doentes do concelho e em Coimbra acham o mesmo, mas nenhum está certo. Se algum dos organismos quiser tomar uma estratégia só conhece parte da realidade e não a realidade toda…

Se for violência doméstica é com a Cáritas de Aveiro, porque o concelho da Mealhada é do distrito de Aveiro. Mas a Cáritas não está autorizada a ir além de Anadia, porque obedece à lógica diocesana e a diocese de Aveiro termina em Anadia. Resultado? Não vem cá ninguém e estamos no escuro…

Antes da Reforma da Justiça, a Mealhada, em termos de Tribunal de Família e Menores estava na dependência de Coimbra. Os processos avançavam e o tribunal com mais experiência despachava, mas com a mudança e a ressurreição dos distritos voltámos a Aveiro e então já temos de ir ao Tribunal de Família de Oliveira do Bairro.

Com a Segurança Social é a mesma coisa, somos do distrito de Aveiro e aí manda o distrito, mas somos só observadores porque para efeitos do Instituto de Emprego e Formação Profissional já vamos a Coimbra porque somos Baixo-Mondego e não Baixo-Vouga.

Para Protecção Civil somos do Distrito de Aveiro, mas para Saúde já só somos Baixo-Mondego, logo Coimbra.

Somos do distrito de Aveiro, mas da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. Somos da NUT Baixo-Mondego, mas os nossos deputados são eleitos por Aveiro e mais nenhum município de Aveiro é da CIM Coimbra ou do Baixo-Mondego…

Quando é que isto acaba?

Quando é que se percebe que é uma perda de recursos? de energias e de tempo?

Pensemos só, por exemplo, em termos de planeamento estratégico. Pensemos em termos do que queremos para o nosso futuro e do atendimento, dos planos, das estratégias, das vontades dispersas por todo o lado sem qualquer centralidade.

Por mim chega! Arre!

Somos uma espécie de Terra de Ninguém, que é de todos mas não é de nada…