24. Hoje é dia…
Em que passam 546 anos sobre a morte do INFANTE D.HENRIQUE.
Eu apreciava o Infante. Atribuí-lhe, durante muito tempo, grande parte dos méritos da época dourada de Portugal.
Mas desiludi-me. Desiludi-me com o facto de ser hoje uma figura citada pela inteligentzia americana como sendo o primeiro globalizador – Henry, the Navigator. Não tem culpa. Se calhar não tem, mas é um ponto de vista que urge estudar.
Outra das grandes desilusões que tive com a biografia do Infante tem a ver com a figura do seu irmão – o Infante D.Pedro – esse sim um Homem extraordinário. A todas as pessoas que costumam achar que a Idade Média portuguesa foi um atraso de vida, de mentecaptos, aconselho a leitura da Carta de Bruges, um elogio à modernidade e um retrato muito actual da maneira de ser dos portugueses.

Mas acredito que posso vir a gostar outra vez do Henrique. Um homem que marcou a história de Portugal e acima de tudo, alguém que me obriga à seguinte associação de ideias:
“O mito é o nada que é tudo”, escreveu Pessoa sobre Ulisses… mas podia ser sobre Henrique…