Li um artigo muitíssimo interessante de Carlos Jalali (Docente da Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas da Universidade de Aveiro – o coordenador daquele mestrado a que me candidatei, entrei, paguei e não cheguei a frequentar). «Os cidadãos e a política em Portugal: um divórcio por mútuo consentimento?», um texto fantástico daqueles que só se pode guardar (a menos que alguém ponha a revista no lixo…)
O autor fala de um conjunto de questões sobre a “Crise das Democracias”, nomeadamente dos novos 3 D’s da Democracia em Portugal – usados por Pedro Magalhães em 2004. É um daqueles textos que todos os que gostam de politica deviam ler.

Cito uma ideia que, mesmo não sendo inovadora, dá que pensar e explica tanta coisa…

«Ao mesmo tempo, este [o] distanciamento entre cidadãos e a política não é necessariamente negativo para governantes – pelo menos a curto prazo. Como refere Martin Wattenberg (2000), obter mandatos com menos votos “é o equivalente da General Motors obter os mesmos lucros com menos carros vendidos”. O afastamento entre cidadãos e política leva a menor accountability (ou, pelo menos, accountability perante menos cidadãos) e, consequentemente, maior autonomia e liberdade de acção para os agentes políticos. O argumento de Wattenberg sugere assim um «mútuo consentimento» neste aparente divórcio entre cidadãos e política. Inevitavelmente a história do nosso país ajuda a explicar este distanciamento.»

A não perder.