Quando aceitei integrar a lista do Chefe Liberto Maia para mais um mandato na Junta de Núcleo Centro-Norte da Região de Coimbra do Corpo Nacional de Escutas, em Junho de 2008, fi-lo com a intenção de testar e pôr em prática algumas ideias que tinha na minha cabeça e que tinha apreendido da experiência do trabalho com a Equipa Nacional do Programa Educativo – cuja nomeação para a Equipa Nacional de Pioneiros e Marinheiros havia aceite quatro meses antes.
Eu tinha começado a trabalhar com o Núcleo em 2004, com a organização de um mítico Curso de Guias em Cernache, e fui prosseguindo na chefia da equipa do campo da III que organizou o AEP em Quiaios, e depois mais dois Cursos de Guias… até ser cooptado para a Junta de Núcleo em Dezembro de 2006.
Ao assumir as responsabilidades pedagógicas do Núcleo estabeleci, imediatamente, duas prioridades: – a de encontrar uma equipa alargada e versátil; – e a de apresentar um plano trienal de actividades com objectivos claros de enquadramento, de crescimento e de melhoria da qualidade da oferta pedagógica.
A primeira prioridade, que o Núcleo já havia assinalado como importante na avaliação do ACANUC de N.ª Sr.ª do Chão de Calvos, foi concretizada imediatamente (apesar de eu ser uma nódoa a fazer equipas). A segunda conseguiria fazê-la aprovar por unanimidade alguns meses depois, no Conselho de Núcleo.
«Crescer passo a passo» foi o tema trienal para um mandato que se pretendia de pedagogia da preparação, da vivência e da avaliação da actividade maior que o método escutista proporciona: o Acampamento.
No primeiro ano do triénio – “O Primeiro Passo” -, em Novembro de 2008, fizemos um acampamento em Seixo de Mira onde choveu terrivelmente, que ajudou a trabalhar a dimensão da preparação que, em casa, temos de ter para que o acampamento corra bem. No segundo ano do triénio – “Ser Construindo” – , em Novembro de 2009, demos inicio ao trabalho da dimensão da realização e da vivência do acampamento. Começámos com a utilização do Método do Projecto – e o consequente envolvimento dos escuteiros – no Curso de Guias de Cernache. Trabalhámos a coisa durante largos meses e o acampamento – o 5.º ACANUC – começou a 24 de Julho, em Penacova.
“Ser Construindo” era o grande tema do ano. Para isso, a ideia da CONSTRUÇÃO de uma catedral – como imagem da construção pessoal que o acampamento e a vivência em ambiente escutista (com os valores, a Lei do Escuta, o sistema de patrulhas levado ao expoenete máximo, e o aprender fazendo) proporciona – pareceu-nos adequado. Baseados na história narrada por Ken Follet no romance histórico “Os Pilares da Terra”, recriámos uma cidade medieval. Procurámos, ainda, recriar não só uma mera cidade, mas a Civitas ideal idealizada por B.-P., que ao fundar o escutismo buscou formar “a próxima geração de líderes” comunitários. Esta cidade – Pax Hill, o nome da emblemática propriedade onde B.-P. viveu a sua vida depois de ter fundado o escutismo, ‘Colina da Paz’ – procurou ser a cidade de lona, perfeita e de acordo com o sonho do fundador.
Ainda não tenho uma visão completa da avaliação da actividade. Mas há generalidades, comummente aceites (digo eu), que me enchem de orgulho em mais esta realização de uma equipa esforçada e que, genericamente, trabalha com eficiência e eficácia. O imaginário revelou-se uma mais-valia, as actividades foram arrojadas quanto-baste, não se registaram problemas de saúde ou conforto dignos de registo, a postura pública dos dirigentes foi muito positiva, o impacto na comunidade de Penacova e Lorvão foi extraordinariamente positivo.

Há, portanto, e para já, razões para considerar esta actividade como um sucesso!

Este é o momento em que, na Cerimónia de Abertura, os escuteiros passam o Pórtico (simbolo do 2.º ano do triénio e do ‘Ser Construindo’), e são ‘transportados’ para 1386, e para o tempo da cidade medieval de Pax Hill. Foi uma imagem que os escuteiros apreenderam com muita facilidade, assim me parece.
Este é o brasão, as armas, de Pax Hill. A Pomba, simbolo da Paz, de Pax, ao centro a Flor-de-Lis, simbolo da fraternidade escutista. Sob o fundo amarelo, a cruz castanha, dos monges – imaginário especifico dos Lobitos. Sob o fundo verde, a balança, simbolo da justiça e do equilibrio e do comércio dos mercadores – imaginário da II Secção. O compasso e o esquadro, amarelos sob o fundo azul representam os construtores – imaginário especifico dos Pioneiros. Por fim, as duas espadas cruzadas, simbolos dos cruzados, simbolizava o imaginário especificos dos caminheiros.