Ao som de «A Casa», de Rodrigo Leão, Álbum ‘Alma Mater’, 2000

[2495.] ao #15568.º

Regressámos hoje a Medelim. Fomos passar o fim-de-semana a Sernadelo e hoje regressámos. Uma nova realidade – muito interessante e intensa -, um desmame de adrenalina e pressão. Uma vida nova com novas preocupações e desafios. Sem luto, sem mágoa, sem ressentimento.

É Casa o sítio onde somos amados. E eu sinto-me amado em Medelim. Porque estou com a Inês, naturalmente. Mas também porque tenho destas paredes, destas paisagens, destas pedras e árvores, a memória do Amor dos meus avós e dos meus antepassados, que aqui viveram desde há pelo menos trezentos anos. A memória de Natais frios e do sabor a vinho vinagre da vindima do meu avô. A memória dos verões tórridos e dos passeios, dos cheiros e dos sons das ovelhas e dos cascos dos burros no empedrado.

O meu coração está incondicionalmente no alto da serra do Bussaco, espraia-se pela ribeira da Vacariça até às margens do Cértima e das vinhas dos alqueves da Bairrada. Mas aqui sinto o pulsar das minhas raízes, da minha história, da razão do meu feitio, da teimosia e do orgulho, da arrogância e da bondade, do Amor ao Serviço e o ódio à Tirania, à Ignorância e ao Fanatismo.

Os ingleses não diferenciam o ‘Ser’ do ‘Estar’… para eles é tudo ‘to Be‘.  Estou em Medelim… Sou em Medelim…