Ao som de «Nas Asas da Saudade», por Carlos Paredes

[2503.] ao #15623.º

Que pena tenho eu de não me lembrar o que me dizia o meu avô António ao ouvido. Estamos em Medelim, no dia do baptizado do meu irmão. Eu terei 4 ou 5 anos – não sei bem – e era uma festa com toda a família paterna e em Medelim. Estava feliz o Avô António. Mas que raio de me estaria ele a dizer? Pelo seu sorriso não estaria a dar nenhum raspanete! Pelo abraço estaria a incentivar-me a fazer alguma coisa! E sente-se que estava feliz o meu avô.

Quanto mais tempo passa, mais saudades tenho do meu avô António. Não é verdade que o tempo faça esquecer quem perdemos. Cada vez mais me lembro da falta que me faz, do que diria, de como reagiria. E cada vez mais vezes falo dele e o cito no meu dia a dia.

Hoje faria 90 anos.